quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Comunicado do PAN sobre a venda da REN


Após a machadada - mais uma - na já enfraquecida autonomia de Portugal que constitui a privatização da REN — Redes Energéticas Nacionais, o PAN não pode deixar de se pronunciar sobre a falta de ética, sentido de Estado e responsabilidade que tal operação representa.

Tendo a REN como missão "garantir o fornecimento ininterrupto de electricidade e gás natural, ao menor custo, satisfazendo critérios de qualidade e de segurança mantendo o equilíbrio entre a oferta e a procura em tempo real, assegurando os interesses legítimos dos intervenientes no mercado e conjugando as missões de operador de sistema e de operador de rede que lhe estão cometidas" (missão tal como descrita no seu site institucional), a empresa assume-se como absolutamente estratégica para o país, cabendo-lhe gerir toda a infraestrutura eléctrica e de distribuição de gás natural.

O PAN sempre defendeu uma diminuição da presença do Estado no tecido empresarial português, mas não pode concordar com a privatização de empresas de importância estratégica ou inseridas em sectores não concorrenciais. E esse é o caso da REN.

Esta venda, no entanto, afigura-se ainda mais grave por ser feita a duas empresas estrangeiras, sendo que uma delas, a State Grid International, é detida pela República Popular da China. Não deixa de ser tristemente irónico que se pretenda retirar uma empresa (estratégica) das mãos de um Estado para entregar a um outro. Assim, teremos como maior accionista da REN uma empresa estatal pertencente a um país com um regime ditatorial que não respeita os mais elementares direitos humanos, animais ou ambientais.

Com esta operação, e após a venda da EDP a uma empresa detida igualmente pela China, toda a produção, distribuição e controlo de energia eléctrica em Portugal fica nas mãos do Estado chinês. Não respeitando este os direitos dos seus próprios cidadãos, será expectável que, enquanto accionista principal de empresas estratégicas, tenha em conta os interesses dos portugueses?

Mais uma vez, valores fundamentais como a ética na política e nos negócios e o interesse nacional foram sacrificados por uma lógica meramente economicista e de curto prazo. Mais uma vez se prova que é urgente dar valor aos valores. Pelo bem de tudo e de todos.

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